
-Harry…- tentei chamar sua atenção sem gemer, falhando miseravelmente. Não conseguia raciocinar direito quando ele mordia meu pescoço daquele jeito, e o fato de estar no colo dele só de langerie enquanto ele já estava sem camisa e sapatos não colaborava em nada- nós precisamos parar, pelo menos por hoje, já estou recebendo olhares de censura dos nossos vizinhos por causa do barulho que fazemos todo santo dia. Vamos assistir um filme, que tal? Ficamos abraçadinhos, eu faço uma pipoca, um suco…- tentei convencer mais a mim mesma do que a ele.
-Não. Não quero!- sussurrou com aquela voz rouca que encharcava minha calcinha- quero fazer amor com você nesse sofá.
-Mas os vizinhos já estão reclamando e eu não quero ficar mal falada no prédio, Harry. Poxa, acabamos de nos mudar e eu quero fazer amigos aqui, não ser alvo de fofocas maldosas- resmunguei chateada pelas situações constrangedoras que havia passado desde que eu e Harry, meu noivo, nos mudamos para o condomínio. Pegar o elevador cheio era uma tortura devido aos olhares de reprovação.
-(Sn), são um bando de mulheres mal comidas que falam de você e que não suportam a ideia de que você tem orgasmos diários e um companheiro que nunca perde o tesão, diferente delas. Vai deixar se abalar por causa disso?- encarou-me com aqueles grandes olhos esverdeados dilatados devido a excitação que era possível sentir em baixo de onde estava sentada e por um instante, esqueci de tudo o que ia dizer.- Além do mais, eu passo o dia todo no trabalho só pensando em quando eu vou chegar em casa e poder te amar, te ter em meus braços, para poder beijar, chupar, morder…- começou a distribuir beijos em meus ombros, descendo em direção aos meus seios- você sabe que não consigo ficar um dia sem te tocar. Vai me trocar por um monte de fofoqueiras ridículas? Vai fazer isso comigo, (Sn)? Com o seu noivo que está louco de vontade de fazer amor com você? Hum?
-Do jeito que você fala parece que sou uma boba sem sentimentos, Harry!- reclamei fazendo bico- mas eu realmente quero me estabelecer nesse condomínio, ele tem uma boa localização, é seguro, bonito e muito confortável, um lugar perfeito para podermos criar os nossos filhos. Por isso, quero que aqui dê certo e que não nos expulsem como fizeram no outro condomínio. Entende isso? É importante para mim!
-Como você quer criar nossos filhos aqui se nem estamos tentando fazê-los? Olha, eu não sei o que sua mãe te contou, mas não é da cegonha que os bebês vêm, meu anjo. Precisamos fazer um trabalho árduo para conseguirmos nossos filhos e eu estou mais do que disposto a fazer esse sacrifício.- sorriu sapeca e eu revirei meus olhos- Ah, (Sn), você realmente se importa com isso?- encarou-me incrédulo e abaixei o olhar envergonhada. Ouvi seu suspiro e levantei minha cabeça ao sentir meus cabelos serem acariciados pelos seus dedos- bom, se é tão importante assim, podemos estabelecer um dia da semana para não transarmos aqui no apartamento para que essas velhas mal amadas parem de falar isso de você, que tal?
-Harry!- chamei sua atenção- um dia? Elas não vão parar!
-Esse é o máximo que eu posso fazer, (Sn)- decretou irredutível- e mais: EXIJO que nesse dia, iremos sair para transarmos fora do apartamento. Ouvi dizer que abriu um motel maravilhoso aqui perto, temos os cinemas, as escadas, a piscina do clube, aquela rua deserta que fica atrás daquele prédio abandonado…-listou sonhador com um sorriso safado, parando apenas quando estapeei seu braço, rindo deliciada- o que? Você não pensou que eu ia deixar de transar com você por um dia, achou?
-Confesso que estava começando a acreditar que sim.
-Não seja ingênua, isso jamais acontecerá!- afirmou sério- ou você preferia um voto de castidade?
-Jamais!- desesperei-me fazendo-o rir.
-Então! Agora, vem aqui que tenho que terminar o que comecei- puxou-me para mais perto de seu corpo, enrolando meus cabelos em sua mão e se apossando de minha cintura- até porque não sou homem de excitar uma mulher e não satisfazê-la.
-Mas e o nosso combinado?- gemi manhosa.
-Não começa hoje! - mordeu-me o pescoço- hoje eu só quero te amar.
[…]
-CARALHO!- Rosnei alto ao escutar a campainha ser tocada insistentemente pela décima vez. Mas que merda, será que a pessoa estava com dificuldade de entender que não iríamos atender?
-É melhor eu atender!-(Sn) falou tirando meu pau da boca e se levantando do chão, onde estava ajoelhada. Eu mato esse empata foda!
-Não, deixa que eu vou!- levantei-me do sofá, franzindo o cenho ao olhar o sorriso debochado da minha noiva- o que?
-Vai assim?- olhei-me e não vi nada de anormal- você está duro, Harry! Vai assustar a pessoa quando for atender a porta! Deixa que eu atendo.
-A culpa é sua- resmunguei jogando as roupas em sua direção e me escondendo atrás da porta, tentando vestir minha calça.
-Senhor Peterson?- escutei (Sn) exclamar surpresa e me lembrei imediatamente da figura de nosso vizinho, um senhor de idade, cujo a esposa já havia dado diretas o suficiente sobre o quanto gostaria de que eu a levasse para a cama e a fizesse gritar como eu fazia (Sn) gritar. Patética! Como se eu fosse me envolver com alguém que não fosse minha noiva! Ainda não fiquei louco.
-Sabe que horas são?-escutei sua voz grossa perguntar e quase sai do lugar para ver o porquê daquele senhor se achar no direito de vir a minha casa ás.. Duas da manhã e ser grosso com (Sn), mas tentei me manter calmo e escutar.
-Oh.. Creio que é muito tarde- ouvi a doce e tímida voz de (Sn) se pronunciar.
-SÃO DUAS DA MANHÃ!- exaltou-se- eu preciso dormir! Não sei no que vocês dois trabalham ou se trabalham, mas existem pessoas que precisam acordar cedo amanhã e não conseguem dormir com esse barulho que os coelhos do 601 fazem todas as noites. Por Deus, dá pra parar?
Não aguentei e sai de trás da porta, colocando-me do lado de uma (Sn) pálida, com olhos arregalados e boquiaberta. Entrelacei sua cintura e olhei furiosamente para o velho que recuou imediatamente.
-Quem o senhor pensa que é para gritar com minha noiva? Não irei admitir isso!- praticamente cuspi as palavras.
-Não foi minha intenção ser grosso com a senhorita…- interrompi-o
-Não me interessa qual foi sua intenção, mas aposto que foi a mal amada da sua mulher que o mandou vir aqui, não foi?- pelo seu olhar, conclui que estava certo- então, eu sugiro que você saia daqui imediatamente antes que eu o faça se arrepender de ser um pau mandado da sua esposa, e lhe proíbo de voltar a dirigir a palavra a minha mulher! Estamos entendidos?
-Sim!- concordou balançando a cabeça repetidas vezes- peço perdão pela minha falta de educação, senhorita.- desculpou-se com (Sn), mas ela estava tão assustada que sequer se moveu.
-Mais uma coisa- chamei-o quando ele já se encaminhava até o elevador- tente satisfazer sua própria mulher ao invés de querer julgar a minha, quem sabe assim, sua digníssima esposa pare de dar em cima de mim no elevador.
[…]
-Viu só?- (Sn) perguntou andando de um lado para o outro na sala ainda de calcinha e sutia. Estava completamente constrangida pela situação anterior e, apesar de eu também estar com raiva pela grosseria do nosso não tão querido vizinho, não conseguia parar de acariciar-me por cima da calça. Estava tão duro que chegava a doer e toda aquela situação, apesar de sem noção, encheu-me de tesão, dando-me vontade de fazer (Sn) gritar como nunca gritou antes, apenas para mostrar para aqueles vizinhos insuportáveis, como se satisfazia uma mulher.- viu a que ponto chegou, Harry? Não podemos continuar assim!
-Ei Ei Ei!- interrompi sua crise neurótica- não diz bobagem! Não vamos parar com nosso estilo de vida pra agradar ninguém! Essa situação toda só serviu para provar uma coisa que eu já sabia.
-O que?
-Que não devemos nada a ninguém e que não estamos fazendo nada de errado. (Sn), pelo amor de Deus, eles estão com inveja de nós, será que ainda não percebeu?- tentei esclarecer e vi sua cabeça tombar para um lado, pensativa, como se essa ideia nunca tivesse passado pela sua cabeça.
-Será?
-É claro! As mulheres, por não conseguirem se satisfazer com seus próprios maridos e ver que você se satisfaz, e os homens por não satisfazerem suas mulheres. Nós não temos nada a ver com as frustrações deles, meu amor- suspirei- mas como isso é realmente importante para você e está te incomodando muito, podemos nos mudar para outro condomínio ou até para uma casa, que é o que eu prefiro, já que quero te fazer gritar muito ainda. Podemos nos controlar mais e tentarmos ser mais silenciosos, mas só farei isso, se for porque você quer, não porque meia dúzia de invejosos querem.
-Gostei da ideia da casa, principalmente da parte dos gritos- sorriu sapeca, entrelaçando seus braços em meu pescoço- mas não quero me controlar, tampouco te controlar. Quero que eles vão para o inferno!- sorri satisfeito com sua atitude e me aproximei, beijando-a.
-Adoro te fazer gritar, mas sabe de uma coisa?- mordi seu ombro, agarrando suas pernas e apoiando seu corpo na parede do corredor.
-O que?
-Hoje eu quero fazer um sexo diferente. Essa situação me encheu de ideias e de tesão.
-Ah, é?- confirmei- e qual é sua proposta para hoje?
-Eu. Você. Na nossa cama, você gemendo bem baixinho no meu ouvindo enquanto meto bem devagarzinho, pra você sentir meu pau entrando e saindo dessa bocetinha gostosa, entrando e saindo, entrando e saindo… Que tal? Aceita?
-Quando é que eu consigo dizer não para você?
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