Você é melhor amiga do Louis. Vocês viviam juntos,
nunca se desgrudavam, mas de uns tempos pra cá você vem notando uma diferença
estranhamente deprimente. Louis estava se afastando de você aos poucos, ele não
lhe ligava mais, não lhe acompanhava mais nas suas caminhadas, não pedia mais
para sair com você, ir a festas, ao shopping. Isso partia seu coração.
“Será que ele arrumou uma namorada e esqueceu de
mim?”, você pensa, deitada em sua cama lembrando de
alguns momentos com ele, quando ele a fazia passar vergonha na rua, gritando
com os pombos, quando a empurrava para te irritar, quando a descabelava e
depois lhe enchia de beijos no rosto. Você estava sentindo falta disso.
Então você resolve ligar para ele, mas cai na caixa
postal, e você decide deixar um recado.
- Louis, onde você se meteu? Faz tempo que não falo
com você, que não te vejo, aconteceu alguma coisa? Estou preocupada. Me liga,
por favor, eu preciso muito falar com você. - então você desliga e se rola na
cama, se cobrindo e fechando os olhos, apenas sentindo falta do seu querido
amigo e dos momentos com ele.
Quando você acorda novamente já é de noite. Você
olha o relógio em cima da escrivaninha de seu quarto.
- Merda! - você se levanta rapidamente olhando o
relógio, que marca 21h23min.
Sua mãe ainda não chegou do trabalho, hoje ela
ficaria até mais tarde, bem mais tarde, pois tinha muitas coisas a fazer por
lá, e seu pai está viajando a negócios.
Você vai para a cozinha, ainda de pijama, faz
pipoca e vai direto para o sofá, enrolada em seu edredom.
O filme que você está assistindo é de terror, pois
não quer assistir nada que a faça chorar. O filme em si não é o que lhe
assusta, você se assusta após ouvir uma batida na porta. Você pausa o filme, se
levanta e vai até a porta, parando em frente a ela, olha sob o olho mágico e vê
Louis, todo arrumado, todo perfeitinho, como sempre. Então sem pensar mais nada
você abre a porta rapidamente e o agarra, lhe dando um abraço apertado. Ele
retribui, mas não tão animado quanto você.
- O que houve? Está com algum problema? - ele
pergunta um pouco frio.
- Louis… - você o abraça mais forte ainda. - Onde
você se meteu? Você sumiu, e eu… Eu… Estava com saudade… Muita saudade.
Ele ainda estava agindo friamente.
- Eu estava ocupado.
- Ocupado de mais pelo jeito. Para esquecer de mim
dessa forma.
- Eu não esqueci de você, foi você quem esqueceu de
mim.
Você fecha a cara.
- O quê? Do que você ta falando Louis?
- Você sabe.
- Não, eu não sei! - você fala chateada.
- Eu realmente não gostaria de discutir isso com
você, aqui. - ele diz mostrando com as mãos em volta de vocês.
- Entre. – você o puxa pela mão, e o toque de seus
dedos a faz estremecer.
“O que há de errado comigo?”,
você pensa.
- Tem alguém aqui com você? - ele pergunta.
- Não, minha mãe está no trabalho ainda e meu pai
está viajando.
- Hmmm, ninguém mesmo?
- Louis, você está me ofendendo.
- Desculpe. - diz ele - Eu só pensei que…
- Então pare de pensar dessa forma. Sabe, você anda
estranho comigo, parou de me ligar, você não da mais bola pra mim, você me
esqueceu Louis, e eu realmente sinto falta disso, muito.
- Eu também…
- Então por que você ta agindo dessa maneira? -
você pergunta calmamente.
Em nenhum momento vocês alteram o tom de voz, estão
apenas conversando, como amigos em reconciliação, talvez.
- Eu estou evitando… Evitando…
- Evitando o que? A mim? - você o interrompe.
- Não, jamais. - ele responde confuso.
- Pois é exatamente o que você está fazendo, e isso
machuca sabia?! Poxa, a gente sempre foi tão amigos…
- É isso que eu to evitando.
- Isso o que? - você pergunta sem entender.
- Suas palavras de sempre. “Somos amigos
Louis”, “Eu te amo como um irmão”. - ele diz te imitando. -
ISSO machuca sabia?
- O quê? - você pergunta boquiaberta.
- Eu não a vejo como amiga, eu não a quero como
amiga, e eu sei que você ta apaixonada por aquele tal de Jerry, Jemy…
- É Jeremy…
- Que seja! - ele te interrompe.
- E quem disse que eu estou apaixonada por ele?
- Ah, faça-me o favor (S/N)! Dá para ver a forma
como você olha para ele. Eu percebi isso na festa da Clair semana passada.
- Então foi por isso! - você fala quase que para si
mesma.
- Ãn? - ele pergunta confuso.
- Você se afastou de mim por ciúmes.
- Agora que você percebeu isso? - ele pergunta com
uma expressão um pouco mais calma.
- Como é que eu ia adivinhar Louis? Você nunca
demonstrou nada. Bom, pelo menos até essa última semana…
- Eu vi a garota que eu amo ficando com outro cara,
como você queria que eu reagisse? - ele diz fazendo uma pausa e a olhando
fixamente. - É óbvio que você não entende…
- Para! - você o interrompe.
- Eu vou embora…
- Não Louis! Fica. - você o interrompe novamente.
- Você não tem o direito de me pedir isso. - ele
diz aborrecido.
- Por favor, fica aqui comigo. - você implora.
Ele vira as costas para você, pronto para sair. Mas
você o interrompe segurando a mão dele delicadamente. Ele para.
- Por favor. - você pede uma última vez.
- Você acha legal fazer isso? - ele pergunta calmo.
- Fazer o que Louis? - você pergunta confusa.
- Brincar com o meu coração desse jeito?
Você ficou em silêncio e ele começou a andar em
direção a porta novamente.
Você o agarrou por trás, entrelaçando os braços ao
redor do corpo dele, o abraçando fortemente.
- Por favor Louis. - lágrimas se formaram em seus
olhos, você não queria que ele fosse embora.
Ele tira seus braços entrelaçados nele e se vira de
frente para você.
- Eu quero que você me ajude. - você diz
calmamente.
Ele fica em silêncio e você continua dizendo:
- Eu quero que você me faça te amar, assim como
você me ama…
- Não é uma opção. - ele te interrompe.
- Mas eu quero!
Ele apenas te abraça da forma que ele sempre
costumava lhe abraçar quando você tava triste. Era reconfortante.
- Por favor. - você pede. - Eu preciso de você
comigo.
O abraço dele fica mais apertado, e lentamente ele
beija o topo da sua cabeça.
- Eu não tenho nada com o Jeremy, ele… Eu não quero
ele Louis, eu quero você.
Louis não te soltou do abraço apertado, apenas
ficou em silêncio.
- Por favor Louis, diz alguma coisa. - você quase
que implorava.
- Eu te amo muito pra ignorar o que você me pede.
Eu te amo muito pra simplesmente fingir que você não existe. Mas eu não quero
forçar você a fazer algo que… - ele diz te olhando nos olhos.
Você o interrompe com um beijo. A sensação de ficar
longe dele era terrível, e por mais que você considerasse ele como seu amigo,
você achava que conseguiria aprender a gostar dele mais do que como um irmão.
Você gostava da companhia dele e gostava quando ele fazia as idiotices dele,
era algo do qual você nunca se cansaria.
O beijo de você foi se prolongando até que você se
afasta dele.
- Nunca mais se afaste desse jeito de mim. - você
disse olhando nos olhos dele.
- Nem se eu quisesse. - e então ele te deu outro
beijo, mas calmo dessa vez e mais demorado.
que perfeito...
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