quinta-feira, 26 de junho de 2014
Imagine Louis Tomlinson
Entrei naquele escritório como um furacão, nem perguntei a secretária se meu pai estava disponível e praticamente derrubei a porta de sua sala. Primeiro eu chamei a atenção de todos os presentes, segundo a cara que meu pai fez não foi nada boa e terceiro ele estava lá, olhando assustado pra mim.
- Você não pode fazer isso. – Eu disse alto nada intimidada com todos me olhando.
- Isso o quê? Está maluca? – Meu pai gritou de volta e pude ver alguns homens desafrouxando a gravata, desconfortáveis. – Vá para a recepção e espere o final da reunião.
- Eu não vou esperar nada! Você não tem o direito de fazer isso, pai. – Continuei com minha irritação.
- Nós esperaremos lá fora. – Louis disse compreensivo e fez sinal para que todos saíssem da sala.
- Depois de atrapalhar minha reunião se comportando como uma menina mimada, o que mais você quer? – Ele esbravejou.
- Por que bloqueou meu cartão? Você não podia ter feito isso! E como pode? Ele estava no meu nome, eu não pagava nada com o seu dinheiro.
- Bloqueei porque você só gasta seu dinheiro com besteiras. Livros e mais livros vão servir pra quê?
- Pai, isso é problema meu. O dinheiro é MEU! – Eu bati em sua mesa furiosa.
- Eu não quero que gaste seu dinheiro em vão, é simples!
- Não tome conta da minha vida, eu já sou maior de idade.
- 18 anos pode ser maior de idade, mas você ainda é muito nova, uma criança.
- Como conseguiu bloquear meu cartão? Você não tem autoridade pra isso.
- Sou seu pai e bem, usei de meus recursos. Afinal, eu sou dono da maior empresa de mineração de todos os tempos. – Ele disse orgulhoso e eu revirei os olhos.
- Só vim aqui pra te dar um aviso. – Aproximei-me dele e o encarei. – Não se meta mais em minha vida, eu vou desbloquear essa bosta de cartão e vou comprar todos os livros que eu quiser e você não vai fazer mais nada. Eu não preciso de seus conselhos ou suas proteções.
- Tudo bem, você quer assim… – Ele levantou-se de sua cadeira e foi até a porta abrindo-a para eu sair. – Só não me peça dinheiro emprestado quando estiver precisando.
- Não se preocupe. – Eu rebati e saí da sua sala esbarrando em Louis no elevador.
- Pode ir dizendo o que houve. – Ele disse de repente.
- Acredita que meu pai bloqueou meu cartão?
- Por quê?
- Disse que eu compro livros de mais. – Louis riu.
- Vamos tomar um café pra acalmar os nervos? – Ele perguntou dando um beijo em minha bochecha.
- Mas e a reunião?
- Depois eu vejo isso, sou sócio do seu pai, esqueceu?
- Não tem como. – Eu ri e segui-o até a lanchonete da empresa.
- Cada dia que passa você e seu pai se entendem menos. – Louis falou entregando meu bolo de chocolate. – Como você vai contar que estamos juntos agora?
- Jogo tudo na cara dele e pronto! Ando tão irritada que pouco me importa a reação dele.
- Eu ando nervoso com isso.
- Não precisa. Eu já te disse, eu quero apenas que você garanta a sua sociedade para que ele não possa te tirar.
- Já fiz isso. Ele assinou um contrato, eu dei a desculpa que meu advogado pediu. – Nós rimos e ele beijou minha mão. – Eu te amo demais e corro qualquer risco por você.
- Eu também te amo, Louis. Ele pode me deserdar, fazer o que quiser, mas eu não vou desistir de você. – Beijei a sua mão que segurava a minha.
- Em pensar que diversas vezes eu duvidei de você. – Louis suspirou.
- E por quê?
- Por conta da diferença de idade, você sabe…
- 12 anos de diferença. E…? Não muda nada.
- Pra você pode não ser nada, mas e para o seu pai?
- Não estou nem aí pra ele, Louis. Já te disse isso!
Continuei conversando com Louis enquanto comíamos. O combinado foi que no dia seguinte iríamos contar tudo e se meu pai não nos aceitasse não legaríamos. Voltei pra casa e deixei algumas malas prontas, eu já estava conformada que seria colocada pra fora de casa então seria de bom grado ir preparando as coisas.
- Preparada? – Louis perguntou na porta de entrada da empresa enquanto apertava minha mão.
- Há tempos. – Respondi e entramos de mãos dadas recebendo olhares indiscretos e confusos.
- Se quiser desistir é só largar minha mão. – Ele murmurou e eu como resposta lhe dei um selinho na frente de todos. Pude ver olhos arregalados nos encarando.
- Nunca. – Entramos no elevador e algumas pessoas estavam lá cochichando, provavelmente sobre nós. – Boa tarde. – Eu disse sorrindo e eles responderam.
- Incrível sua calma.
- Numa relação alguém tem que ser calmo ou ter sangue frio e bem, essa sou eu. – Falei acariciando sua mão.
Chegamos ao andar da sala de meu pai e dessa vez eu perguntei a sua secretária se ele estava em reunião ou algo do tipo. Com as sobrancelhas erguidas, ela disse que ele estava disponível e nos acompanhou até a sua sala. A primeira reação do meu pai ao nos ver foi olhar diretamente para nossas mãos unidas e fazer a cara mais feia que pôde.
- O que significa isso? – Ele gritou saindo de sua cadeira. – Tomlinson?
- Eu… – Louis ia falar, mas eu me apressei.
- Ele é meu pai e eu que falo. – Dirigi-me a Louis e pisquei. – É isso mesmo que o senhor está vendo.
- (s/n), eu não acredito nisso. Não pode ser! – Andou de um lado para o outro na sala. Eu ainda permanecia na mesma posição com Louis ao meu lado. – Você é um traidor! Desgraçado.
- Eu não pude lutar contra isso, (s/p). – Louis explicou. – Eu amo sua filha, nós não conseguimos nos afastar.
- Pai, eu sei que pode ser difícil pra você aceitar no começo, mas por favor,nos dê uma chance.
- Chance? Chance (s/n)? Nunca que vocês vão dar certo. Olha a idade que ele tem, olha a sua! E além dele ser meu sócio. Eu não quero e não aprovo o seu namoro com esse daí.
- Desculpe, mas não posso fazer nada. Sua vontade não importa! Queríamos apoio, mas você não quer dar e o que nos resta é prosseguir com o nosso relacionamento sem seu consentimento mesmo. – Falei firme e senti Louis apertar minha mão. Ele ficava mais nervoso a cada minuto.
- Eu vou cortar sua mesada, (s/n).
- Pouco me importa. Não sou mais a criancinha que você pensa.
- Eu te deserdo! Você não pode ficar com o Tomlinson.
- E por quê? – Louis aumentou o seu tom de voz.
- Porque você não é pra minha filha! Um homem velho, minha menina é muito mais nova, é uma criança ainda. Não se enxerga, Louis?
- Chega pai! – Eu gritei. – Quer me deserdar? Me deserde! Não quero nada de você, pouco me importa esse seu dinheiro de merda. Se você não amou eu não tenho culpa e não vou sofrer por isso. Dane-se seu egoísmo! – Joguei tudo na lata e pude ver lágrimas brotarem de seus olhos, mas logo ele as limpou. – Vamos, amor. – Dei ênfase no “amor” e meu pai fechou as mãos em punho.
- Mas antes eu quero comunicar que eu estou saindo da nossa sociedade. Vendi a minha parte para uns coreanos. – Louis disse alto e em bom som surpreendendo meu pai e a mim.
- Tomlinson. – Meu pai chamou quando estávamos saindo e ao se virar, Louis recebeu um soco forte.
- Pai! – Gritei nervosa. – O que você fez?
- Isso é por minha filha. – Esbravejou de dentes cerrados.
- Saiba que eu estou saindo de casa, hoje mesmo.
- Vai sair sem dinheiro.
- Dane-se.
Ajudei Louis a se recompor e saímos da sala, sua boca sangrava e ele dizia que estava bem só um pouco tonto. Eu sabia que meu pai havia dado um soco forte, mas não imaginava que chegasse a tanto. Fomos até a minha casa pra eu pegar minhas malas já prontas.
- Tem certeza que não está doendo? – Eu sabia que estava enchendo o saco com essa pergunta.
- Tenho.
- Vou fazer um curativo.
- Não temos tempo.
- Por quê?
- Comprei passagens para o Canadá, nosso voo é daqui a algumas horas.
- E você só me avisa isso agora, Louis?
- Surpresa! – Ele abriu os braços e riu, mas logo parou fazendo cara de dor.
- Você não existe. – Eu ri beijando-o em seguida. De fato, esse homem não existe. Desistiu de sua empresa por mim e eu com certeza irei valorizar isso pelo resto da minha vida ao seu lado.
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