Imagine Harry Styles

Você esta caminhando pela fria Londres, concentrada apenas em manter seu casaco o mais apertado possível, tentando assim impedir que o vento congelante da cidade te atingisse. Como uma boa brasileira você ainda estava em processo de adaptação. As ruas não estavam muito movimentadas devido ao frio e ao horário, as pessoas deviam estar em casa tomando o seu famoso chá inglês, mas seu corpo apenas te implorava por uma dose de cafeína. Sua cabeça estava cheia com trabalhos da faculdade, alguns problemas no trabalho, contas pra pagar e a chega da sua melhor amiga. Seus fones estavam no ouvido e qualquer um que te conhecia bem poderia arriscar qual era a banda que com certeza domina a sua playlist, você parecia até um pouco avoada para as pessoas que passavam por perto e viam você sussurrando baixinho “WMYB” e se contendo para não sair dançando pela rua, coisa que não seria uma má ideia, afinal você se aqueceria. Ah geralmente quando esta prestando muita atenção em alguma coisa, como esta fazendo no momento com a musica, você esquece o mundo a sua volta e isso é um problema. Sentiu seus fones serem quase arrancados das suas orelhas quando você esbarou em um garoto que corria um pouco desesperado pela rua, sua bolsa estava no chão e com certeza a tela do seu Iphone tinha acabado de adquirir novos riscos e isso se não tivesse trincado, mas tudo perdeu o sentido quando você olhou quem era o garoto apavorado e apresado que havia esbarado em você.

- Desculpe-me, mas tem um monte de garotas atrás de mim, elas descobriram que eu estava na Starbucks e foram se juntando na porta e quando sai elas começaram a me seguir. – Ele falava apressadamente e você entendi pouca coisa do inglês apresado do garoto.

- Calma, eu não entendi muita coisa. – Você olhou nos olhos dele enquanto ele te ajudava a recolher sua bolsa e alguns pertences que estavam caídos pela rua.

- Me desculpe, acho que falei muito rápido. – E então ele abriu aquele sorriso maravilhoso capaz de te levar a loucura.

- Tudo bem é meu inglês que estava um pouco encalhado. – Ele olhava para todos os lados esperando a hora em que o grupo de garotas fossem o achar.

- Desculpe mais você pode me ajudar a fugir? – Ele passava as mãos desesperadamente pelos cabelos castanhos.

- Olha eu não tenho certeza, eu… – Antes que você pudesse continuar você escutou a gritaria e até se assustou um pouco, se não saísse de perto dele, antes daquelas garotas chegarem você com certeza seria pisoteada.

- Pelo amor de Deus elas estão chegando. – Ele começou a andar de um lado pra outro e segurou uma de suas mãos a fim de te arrastar com ele pra onde quer que ele fosse.

- Eu moro aqui perto, só ia passar na cafeteria antes mais creio que você não quer ir … – Ele te cortou antes que você continuasse.

- Vamos, não tem problema eu só preciso sair daqui e esperar até que elas desistam de me procurar. – Você o olhou meio assustada, mas desde que vocês se esbarraram ele havia olhado pra você apenas por duas vezes, ele realmente estava desesperado a ponto de ir pra casa de uma estranha. – Por favor, vamos elas estão mais perto. – Era bem mais nítido os gritos pelo nome dele.

- Ok. – Você apertou a mão dele e começou a correr e o arrastava junto com você em direção ao seu apartamento.

Seu apartamento não era tão longe dali, mas ir correndo até ele não era uma boa coisa para uma garota que apenas fazia levantamento de talheres. Durante todo o percurso vocês foram em  silencio e assim que adentraram a portaria do apartamento vocês pararam ofegantes e com os rostos corados devido ao esforço, ainda se podia ouvir ao fundo alguns gritos, mas eles já pareciam bem longe, talvez um sinal de que elas tinham sido despistadas. Você apenas sorriu para o porteiro que olhava pra vocês com uma cara meio intrigada, você não disse nada apenas tocou no ombro dele, para que ele te seguisse até o elevador que demorou alguns minutos até chegar. Vocês entraram nele e aquele silencio incomodo que fica quando tem dois desconhecidos dentro de um elevador se instalou no meio de vocês a incomodando, suas botas estavam te chamando a atenção e você só reparava que precisaria tirar um tempo para engraxa-las, agora mais estranho do que o silencio foi sentir o olhar dele sobre você, tão intenso que você tinha medo de levantar o seu olhar para encontrar o dele e então como se fosse a coisa mais normal do mundo, esbarrar em uma garota qualquer, pedir pra ela te ajudar a fugir de algumas fãs e ir para o apartamento de um desconhecido o garoto começou a gargalhar como se tivesse algo realmente engraçado em tudo isso.

- Desculpa, mas não consegui me segurar. – O garoto estava até lacrimejando de tanto que ele ria e confesso àquela era a gargalhada mais gostosa que eu havia escutado em toda a minha vida.

- Er… Tudo bem. – Você respondeu meio sem graça.

- Me desculpe, nem me apresentei. – Você viu ele dar alguns passos mais continuou com a cabeça baixa. – Harry Sytes. – Ele disse enquanto estendia o braço na sua direção, você observou por alguns minutos o braço dele e se perguntava se não era essa a hora de acordar.

- Eu sei quem você é. – Você disse em quanto tocava a mão dele e torcia pra ele não reparar que as suas mãos estavam tremulas e suando.

- Ah sim, isso não é novidade. – Ele sorriu novamente. – E qual o nome da minha heroína?

- Desculpe mais acho que não fiz nada de mais, não a ponto de chegar a ser heroína. – Ele sorriu e dessa vez conseguiu arrancar um sorriso seu.

- Ah sim você me livrou de alguns arranhões, apertos e quem sabe eu não poderia ter sido pisoteado?

- Acho que era mais fácil elas te molestarem do que te pisotear. – Vocês riram juntos.

- É talvez. – O elevador chegou e vocês se apresaram em sair. – Ainda não sei seu nome.

- Me chamo (S/N). – Você colocava as chaves na fechadura enquanto Harry permanecia atrás de você.

- Um pouco incomum para uma Inglesa, de que país você é?

- Brasil. – Você abriu a porta e deixou passagem para que ele entrasse e conseguiu ver a expressão dele por descobrir que você era brasileira. – Não moro em nenhum apartamento de luxo, mas fique a vontade.

- Se eu fosse você não me deixaria tão à vontade não. – Harry passou por você e se jogou no seu sofá, se fosse qualquer outra pessoa talvez você reclamasse mais era ele e nem nos seus sonhos mais malucos você havia pensado em viver uma cena dessas, Harry deitado no seu sofá.

- Acho que já não tem mais como voltar atrás.

- Na verdade tem só você me mandar embora que eu vou. – Harry se sentou e uma das primeiras vezes desde que chegaram ao apartamento vocês se olharam.

- Não quero te mandar embora. “NUNCA”. – A ultima palavra você disse entre um sussurro baixo e torcia para que ele não ouvisse. Você ficou um pouco sem graça e caminhou até a arrara pra pendurar sua bolsa e olhar pela primeira vez a situação do seu Iphone.

- AHAM. – Harry coçou a garganta enquanto remexia sua mente em busca de um novo dialogo, acho que no fundo ele percebeu a sua mudança de humor. – Sempre quis conhecer uma brasileira, mas nunca pensei que seria em uma situação tão maluca assim.

- HAHAHAHA, de directioners brasileiras vocês podem esperar apenas momentos, coisas e diálogos malucos. – Você riu da sua própria piada e o levou junto com você.

- Então quer dizer que além de ser brasileira, você é uma Directioner? – Você se aproximou do sofá e ainda mantinha o olhar baixo.

- Acho que me entreguei. – Vocês riram juntos. – Quer beber alguma coisa?

- Hum, se você tiver café eu aceito já que eu não tive a chance de tomar o meu e acho que eu tirei isso de você também.

- A com certeza você me tirou a minha dose de Starbucks do dia.

- Então sinto que terei que recompensar isso. – Harry se levantou e quando você viu que ele estava se aproximando você começou a ir em direção a cozinha.

- Creio que não, só continue cantando e gravando bons CD’s que eu já aceito como forma de pagamento. – Harry te seguia até a cozinha.

- Claro que vou continuar cantando, mas só vou me sentir bem quando você aceitar ir a Starbucks junto comigo. – Harry estava apoiado ao batente enquanto você pegava as coisas necessárias para fazer o café.

- Se eu aceitar vou ter que fugir com você de novo? – Você deixou a chaleira no fogão e o encarou, ele estava com uma expressão descontraída e aquilo te fazia se sentir bem.

- Não seria uma má ideia fugir com você. – Ele abriu um sorriso um pouco diferente meio torto e talvez com uma pitada de malicia, ou a parte da malicia seria apenas coisa da sua mente fértil.

- Acho que posso lidar com isso mais uma vez. – Você sorriu para ele e voltou à atenção ao que estava fazendo.

- Quantos anos você tem? – Você sentiu que ele estava se mexendo até sentir a mão dele tocar na sua enquanto ele pegava o pote de café te ajudando. – Desculpa não ter oferecido minha ajuda antes.

- No Brasil as visitas não costumam ajudar, visita é visita, pode voltar e ficar quietinho onde estava. A proposito tenho 19, sou quase um ano mais velha que você.

- Serio? – Harry parou e ficou te olhando meio suspeito. – A eu não vou me sentir bem se não te ajudar.

- Então pode ficar cuidando da água, quando ela ferver você coloca ela no coador pra mim e sim eu nasci em 1993 e você em 94.

- Ok eu tomo conta da água. Você não tem cara de que esta prestes há completar 20 anos. – Harry caminho pra perto do fogão onde poderia notar quando a água entrasse em ebulição.

- É infelizmente mais um ano e então eu serei uma adulta completa. Harry eu vou ir trocar de roupa rapidinho, aqui dentro de casa é mais quente eu já estou derretendo, Já volto. – Você caminhou pra fora da cozinha e o deixou lá tomando conta do café.

Você caminhou até o seu quarto, fechou a porta atrás de você, escorregou pela mesma até se sentar no chão de madeira e fechar os olhos enquanto apoiava a cabeça nos joelhos e deixa a sua mente viajar com os últimos acontecimentos. Tudo parecia um daqueles seus sonhos de fã, você sentia que acordaria a qualquer hora e o medo de voltar até a cozinha e não o ver lá te dominava, talvez tudo tenha sido fruto da sua imaginação, talvez o seu grande ídolo não estivesse no seu apartamento e você não o havia salvado. Levantou-se e foi até o banheiro lavar o rosto e tentar tirar todo aquele embaralho da sua mente, depois caminhou até seu pequeno e apertado closet e escolheu um short básico e uma camisa de lã, pois mesmo que a casa estivesse quente ainda assim não era nada que te fizesse ficar confortável com uma camiseta normal.  

Roupa: http://trends4ladys.files.wordpress.com/2010/09/brooklyn-decker-andy-roddick-birthday-manhattan-05.jpg

Depois de devidamente vestida e confortável, você caminhou até a cozinha, antes havia passado pela sala vazia e estranhou o silencio, quando chegou até lá viu apenas a cafeteira com o café passado e nenhum sinal de que Harry Styles havia estado naquele local. Talvez você realmente tenha sonhado, talvez nada do que aconteceu tinha realmente acontecido e você precisava desesperadamente de um psiquiatra e de tratamento. Colocou um pouco de café em uma xicara e quando foi pegar o pote de açúcar viu que o mesmo estava vazio, então se abaixou para pegar um pacote na ultima prateleira do seu armário e estava quase entrando no mesmo para pegar o pacote que estava no fim, quando ouviu paços e se assustou.

- O que você esta fazendo ai? – Era a voz dele, você deveria estar fantasiando ele novamente, se assustou quando sentiu a mão dele no seu ombro chamando a sua atenção e exatamente pelo susto você bateu a cabeça na parte superior do armário.

- Outch. – Você sentou no chão deixando o pacote de açúcar do seu lado e passando a mão onde você havia batido a cabeça.

- Você esta bem (s/n)? – Harry agachou na sua frente e pousou uma das mãos sobre sua bochecha.

- Bati um pouco forte, mas acho que isso não fez diferença já que eu ainda estou alucinando. – Você o observava a centímetros de distancia do seu rosto, enquanto ele ainda permanecia com a mão em seu rosto.

- Alucinando? – Ele demonstrou estar ainda mais preocupado.

- Sim você ainda esta aqui. – Você estendeu sua mão a fim de lhe tocar o rosto e mesmo que fosse um sonho, você precisava sentir a temperatura dele, a macies da pele dele e ficar com alguma pequena porcentagem do cheiro dele em você.

- Claro que eu ainda estou aqui, por que eu iria embora? – Harry parecia um pouco confuso, enquanto sorria enviesado pra você.

- Qual as chances de um famoso ir parar na casa de uma fã?

- Não sei, só sei que estamos dentro dessa porcentagem e você não esta sonhando.

- Me parece tão estranho, como se eu tivesse realmente sonhando.

- Tem diversas maneiras de saber que isso não é um sonho. – Harry sorriu e se aproximou mais de você, enquanto uma das mãos deles pousava em seu rosto.

E então com aquela proximidade você se convenceu que estava realmente sonhando, até que os lábios dele tocaram o seu e ninguém no mundo poderia te roubar aquele momento. Quando você sentiu a língua dele passar pelos seus lábios você se convenceu de que em um sonho você não sentiria aquilo que você estava sentindo, a temperatura, a macies dos lábios dele. Você deu passagem para ele aprofundar o beijo, enquanto você sentia a mão dele descendo até a sua cintura e te apertar um pouco mais naquela região. Naquele momento nada mais existia, era como se vocês estivessem no espaço flutuando e fosse apenas você e ele, sem o barulho dos carros na rua, nem o das gotas de chuva na janela e nem o do celular dele. Opa o celular dele esta vibrando perto da minha perna. Harry separou delicadamente vocês e te deu mais um selinho antes de se separar por completo.

- Desculpa tenho que atender. – Ele sorriu e apertou atendeu seu Iphone.

- Oi Liam. – Harry respondeu o amigo. – Serio cara eu me atrasei porque um monte de garota saiu correndo atrás de mim. – Harry contava ao Liam a estória sobre a sua fuga e sobre mim. – Ok, cara daqui a meia hora mais ou menos eu chego ai. – Ele desligou o celular e olhou pra você.

- Vamos eu abro a porta pra você. – Você estava arrasada, você sabia que uma hora ou outra ele iria embora, você só não queria que fosse depois de um beijo. Você começou a se levantar mais ele te segurou.

- Espera. – Quando ele viu que você não se abaixaria novamente ele se levantou e te abraçou. – Você ainda não aceitou meu convite.

- Harry eu acho… – Ele te interrompeu.

- Amanhã as 19:00 horas eu passo aqui pra te pegar. – Ele te deu um selinho inesperado e te fez sorri. – Agora você pode abri a porta pra mim.

- Vamos. – Vocês foram de mãos dadas até a porta.

- Eu não vou simplesmente te beijar e sumir da sua vida, eu sei que você pensou isso mais eu não queria nunca ir embora também.

Você sorriu, a final ele havia escutado quando você disse que não queria que ele fosse embora. Ele te beijou novamente e agora um pouco diferente da primeira, ele não foi tão delicado e parecia querer guardar cada parte daquele beijo pra lembrar até quando te visse novamente, como da primeira vez ele terminou com um selinho.

- Até amanhã (s/a).

- Como?

- é seu novo apelido, gostou? – Ele disse te abraçando pela cintura.

- Posso me acostumar.

- Você vai ouvir bastante, a ponto de realmente se acostumar. Agora tenho que ir pequena, se não o Liam me mata.

Ele se despediu de você e caminhou até o elevador, você ficou lá meio embasbacada ainda olhando pra ele, até que o elevador chegou e ele acenou pra você mais uma vez e depois partiu. Entrou com as pernas bambas no seu apartamento e trancou a porta, caminhou até o sofá onde ele havia deitado e deixado uma pequena porcentagem do perfume dele, você agarrou a almofada e fechou forte os olhos, ainda imaginando o beijo de vocês. Não importa se tivesse sido um sonho ou qualquer coisa do tipo, amanhã você iria sair com ele e espera vocês não trocaram o numero de vocês. Levantou apresada do sofá e reparou que seu celular não estava mais onde você havia o deixado, olhou novamente para o sofá e depois o encontrou na mesinha de centro com uma mensagem.

- “Pra você não desistir de fugir comigo novamente eu anotei seu numero de celular”.

Começou a sorrir sozinha e não importa o quão louco tudo aquilo parecia, ao menos você tinha o numero dele, mesmo que se ele sumisse você nunca ia ter coragem de ligar de volta, mas agora não era hora de ficar pensando no que aconteceria depois e sim, tomar seu café preparado pro nada mais nada menos do que Harry Styles e depois deitar no seu sofá com o cheiro dele e se lembrar do beijo de novo, e de novo e de novo até cansar. Se amanhã chegasse ou não, você tinha realizado um dos seus maiores sonhos, conhecer o Harry, então você já estava feliz por isso.